quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A CRÔNICA DE UMA TRAGÉDIA: TUDO COMEÇA COM O SR. JOSÉ, O “É”GENHEIRO.


Ele é tudo o que você precisava para resolver o seu problema de obras. Respeitador, de confiança, honesto e principalmente B A R A T E I R O. Nunca passou pela porta do CREA, mais “entende” de engenharia como ninguém. Dá sugestões para ampliação de seu apartamento ou escritório, escolhe com “precisão” o material a ser usado e tem um staff com “grande experiência”.
Contratado a preço módico e depois da compra do material, ele dá início a sua obra, tão logo acaba o horário do silêncio. Quando se ouve um bate daqui, bate ali; é ele que está em ação, o Sr. José, o “É”genheiro. Se for preciso, ele troca tubulações, invade a área de ventilação, amplia seu imóvel mexendo em paredes e até mesmo em colunas.
Seu vizinho que não tem nada a ver com isso, nem desconfia que o barulho que ouve durante todo o dia de furadeira, marreta e outros utensílios de obras, está sendo manuseado por um profissional de “altíssimo gabarito” que vai deixar seu apartamento ou escritório de dar inveja aos outros.
O Síndico do prédio que muitas vezes se julga a pessoa mais importante do edifício, não está preocupado com o que está acontecendo. Desde que  você obedeça ao horário estabelecido para obras e não deixe o entulho proveniente delas nas áreas comuns, a licença para a realização pouco importa e seus vizinhos para manterem a “boa convivência” não questionam nem a você e muito menos a ele.
Pronto, obra acabada. O tempo vai passando e um belo dia, ouve-se um estalo e um ou mais vizinhos reclamam que as paredes dos seus domicílios estão rachando. Aí, aparece o síndico, que atônito, chama os bombeiros, que acionam a Defesa Civil, que logo interdita o prédio e depois de uma inspeção, descobre que a sua obra executada pelo Sr. José, o “É”genheiro, foi a causadora do sinistro. Todos são obrigados a deixar aquilo que durante anos lutaram para comprar, tudo por causa da sua I R R E S P O N S A B I L I D A D E, que não se cercou dos cuidados necessários para execução de uma obra, que deveria ter sido executada e acompanhada por pessoas gabaritadas para tal e não por um “É”genheiro, colocando em risco o patrimônio e a vida de outrem.
Os sucessivos episódios, como o de ontem no Centro do Rio de Janeiro, poderiam ter sido evitados, se a palavra responsabilidade tanto do síndico ,  dos demais proprietários e do executor das obras, fizessem parte de seus dicionários. No caso em tela por causa de um, outros pagaram até com a vida por omissão. Seja diligente preserve a sua vida e a de seus vizinhos. Faça a coisa certa. José Carlos de Carvalho.


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