sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ENQUANTO RIO CHORA POR VÍTIMAS, MULHER CHORA POR PRÉDIO: A TRAGÉGIA, AS SANDÍCIES E O EXAGERO.



Sou remanescente do incêndio do Edificio Andorinhas, que matou em 17 de fevereiro de 1986, segundo números oficiais 21 pessoas, mas, para alguém que como eu estava no sinistro ente número foi muito maior e por isso sempre que há uma grande tragédia como esta do Rio de Janeiro nesta semana, passe um filme nada divertido em minha cabeça, daí aflora tudo aquilo pelo qual passei.
Fiz este intróito para que os senhores entendam a minha revolta, por dois depoimentos que ouvi sobre os prédios que caíram no Centro da cidade.
Acompanhando os trabalhos dos bombeiros, alguém comentou que algumas vítimas seriam moradores de rua e catadores de papel, o que provocou o seguinte comentário de um senhor que estava próximo: “Então não morreu ninguém”. O comentário causou revolta de quem estava no local e por pouco ele não tomou uns bons tabefes.
Outra sandice que  assisti pela televisão, onde mesmo visualizando o tamanho da tragédia, uma senhora chorava copiosamente pelo seu prédio e ainda lembrou o estilo usado na sua construção, sem dar importância as pessoas que estavam em baixo do prédio de que ela dizia ser proprietária, eu por sinal, deve estar no seguro.
O exagero ficou por conta da autuação do dentista, que ao encontrar objetos dentro de viaturas do corpo de bombeiros, achou este estavam sendo surrupiados. No meu entender, a polícia deveria ter levado em conta o momento de consternação e sensação de perda de tudo que ele construiu ao longo de sua vida. Momento antes, ele deu entrevista a uma emissora dizendo: “ toda a minha vida virou pó” e agradeceu a Deus que pessoas que com ele trabalhavam não tiveram as vidas ceifadas.

Nota do Redator: Com relação a atitude da polícia, com certeza esta autuação será revertida, mas, no que se refere as declarações daquele senhor e da proprietária de um dos prédios que desabou, estas não teem correção e mostra que tem gente que se escreve com “g” e outras que só conjugam os verbos na primeira pessoa do singular se escreve com “j”.
É o velho ditado: “O coveiro só chora quando sepulta um dos seus”. 

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