A palavra morar,
não está sendo empregada no sentido figurado e expressa a verdadeira situação
de muitos pacientes que foram rejeitados até por filhos e hoje tem como
família, médicos, enfermeiros e funcionários de hospitais. A triste constatação
é do jornal “A Folha de São Paulo”.
Rosa, de sessenta e
um ano , depois de rejeitada pela
irmã, pela prima e pasmem, pela filha, permanece internada num hospital de São
Paulo depois de sofrer um aneurisma cerebral.
Ainda segundo o
jornal, que localizou 120 pacientes em condições de alta hospitalar, que se
encontram internados no Hospital Auxiliar de Suzano, apenso ao Hospital das
Clínicas e no Hospital D. Pedro II, ligado à Santa Casa da Misericórdia, o
número de abandonados cresce a cada dia, chegando a vinte por cento dos
internados.
Alarmado com a
situação, o Ministério Público de São Paulo, através da Promotoria dos Direitos
Humanos do Idoso, abriu um inquérito, solicitando ao Estado e ao Município, que
providenciem locais de acolhimento para estas pessoas, que estão correndo
risco de contrariem infecções e outras doenças, se continuarem nas unidades
hospitalares.
O caso se Dona
rosa, é apenas um dos muitos casos tristes destas histórias. Apesar de saber da
rejeição da filha, criou a fantasia de que a filha não a foi buscar, por pensar que
ela esteja morta.
Morando há 67 anos
no Hospital D. Pedro II, com paralisia nas pernas, Damaris Felipe dos Santos,
foi deixado lá aos 11 anos de idade e ninguém nunca mais pareceu para vê-lo e
muito menos buscá-lo e vive do amor daqueles que dedicam suas vidas para cuidar
de outras. O povo que se diz hospitaleiro com pessoas vindas de outros lugares,
deixa seu ente querido num hospital. Um triste registro. E estamos falando
apenas de São Paulo.
A Secretaria
Estadual de Saúde de São Paulo disponibiliza um site para que se encontrem
pacientes sem identificação que se encontram internados, que é:
http://www.saude.sp.gov.br/ses/perfil/cidadao/homepage/acesso-rapido/pacientes-nao-identificados
PENSAMENTO DO
REDATOR:
Não queremos
generalizar, mas, em muitos casos, enquanto gozamos de saúde, mesmo que um
pouco debilitada, podemos oferecer benesses a aqueles que nos cercam somos
cercados carinhos, afagos, juras de amor, enfim, tudo aquilo que precisamos
dentro do seio familiar. Conhecemos pessoas, que cuidaram de pais e mães até
seus falecimentos e foram injustiçados e ainda são, pelos lados interesseiros,
que queriam apenas os frutos à colher.
Lamentavelmente,
não nos damos conta e quando isso acontece criamos fantasias assim como Dona Rosa.
Se internados e não visitados, damos a desculpa que eles teem o que fazer junto
a suas famílias. Se não recebemos ao menos um telefonema via celular, culpamos
a operadora, que não coloca antenas disponíveis. E assim vamos dando
desculpas, desculpas, até que cheguemos ao final solitários.
Não nos iludamos
caros leitores, porque ninguém gosta mais de nós do que nós. Vivam aqueles
que cumpriram com o seu dever e vivam a vida, aqueles que não estão livres de passar pelos
casos abordados na matéria.
Eu não me iludo.
Palavra do blogueiro.
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