O caro leitor já se ateve que algumas palavras e sintomas mudam de sentido de acordo com o poder aquisitivo e a camada social de quem as profere. Quando uma pessoa tem dinheiro e fama e comete uma agressão verbal ou até mesmo um crime que pode ser classificado como hediondo, a defesa diz: “meu cliente surtou”, ou então “ele havia tomado medicamentos”. O próprio autor do impropério, como no caso do cantor Bruno, que com todas as palavras, provadas em vídeo chamou num show nos Estados Unidos as mulheres brasileiras de p-i-r-a-n-h-a-s, e depois de ver o estrago feito, falou em sua defesa “não foi isso que eu quis dizer”. De outros tantos que se repetem, podemos ressaltar o mais comentado nesta sexta-feira (28), por todos os veículos de comunicação, que foi o “surto” de Luciano, durante uma apresentação, ao declarar em público que não mais cantaria em dupla com Zezé de Camargo, por que “não agüentava mais”. De imediato, foi encontrado um modo de tentar reverter ou amenizar a situação: internaram o declarante numa clínica, porque sua revelação foi depois de “ingestão de medicamentos” e sob “forte emoção”. Temos histórias de pais de famílias que agem sob forte emoção, quando veem suas casas invadidas por meliantes e acabam cometendo atos inerentes as suas vontades, não que estejam certos, mas, estes “surtos”, não são levados em consideração. Fique atento, porque suas palavras são medidas pelo dinheiro ou sua posição social.
Nota do Redator: Imagine que em pleno sábado calado, sentado à mesa (ainda tem gente que senta na mesa, fato que além de “quebrar” o português, pode causar um acidente doméstico) este blogueiro , esteja comendo uma suculenta rabada, com agrião e polenta e a esposa insista em comentar um assunto de ordem familiar, que está "rolando" por um "tempão". Ao acabar e satisfeito com a refeição, diga para ela: “olha, eu estou farto”! Pano rápido!
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