segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DE MÃOS DADAS ESTAMOS SEGUINDO: BLOG ULTRAPASSA 15.000 ACESSOS.


No dia “D”, em homenagem aos 109 do maior poeta de todos os tempos, mais uma vez reporto-me aos leitores para agradecer a marca de quinze mil acessos neste blog e em agradecimento divido com os amigos esta bela obra. Muito obrigado e vamos brindar.

Mãos dadas (Poema da obra Sentimento do mundo), de Carlos Drummond de Andrade

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro. 
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos, mas, nutrem grandes esperanças. 
Entre eles, considero a enorme realidade. 
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. 

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, 
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. 
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes, a vida presente.



Neste poema o poeta reafirma a sua consciência da existência de outros homens, seus companheiros. Com eles é que se sente de mãos dadas, e renunciou aos seus temas pessoais: uma mulher, uma história, a paisagem vista da janela. Não mais se refugiará na solidão porque o que lhe interessa é o tempo presente em que se acha inserido e os homens que o cercam.


Nota do Redator: A companhia de Drumond faz tão bem, tem gente que para para "conversar" com ele, que "escuta" pacientemente.



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