Durante algum tempo, o jornalista Paulo Henrique Amorim, que aparece no vídeo esbanjando simpatia com o bordão “Olá tudo bem?”, vai pensar naquilo que escreve e no que diz. Depois de um acordo judicial, Amorim foi condenado a pagar uma indenização de R$ 30 mil ao colega de profissão Heraldo Pereira, da Rede Globo.
A ação que tramitava desde 2010 iniciou depois que Paulo Henrique escreveu textos de cunhos injuriosos e racistas, dirigidos ao colega.
Além da condenação pecuniária que será recebido pelo Mosteiro de São Bento, localizado em Brasília, em seis parcelas de R$ 5.000, sendo a primeira no dia 20 de março vindouro, terão que ser retirados do ar, publicações que dizem que “Heraldo é empregado do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes” e que ele é um “preto de alma branca”, o que gerou uma ação de racismo. A última ação, ainda tramita na 5ª Vara de Justiça Federal.
Dentro de vinte dias, o condenado deverá publicar nos jornais a Folha de São Paulo e Correio Brasiliense, texto onde se retratará publicamente com o ofendido e deverá manter o escrito em destaque no seu site.
Esta não é a primeira vez que Amorim se vê “embrulhado” com a justiça por ofensas. Em janeiro, ele foi condenado a pagar R$ 30 mil ao ex-Diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A), Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, depois de fazer comentários durante a campanha eleitoral de 2010, quando em alusão ao seu apelido e chamou-o de “Paulo-Afrodescendente”, o que o autor da ação achou tratar-se de discriminação racial. O advogado do jornalista recorreu da sentença proferida pelo juiz Daniel Luiz Maia Santos, da Quarta Vara Civil de São Paulo.
Nota do Redator: Em minha concepção os casos em tela teem que ser analisados separadamente. O que envolve Heraldo Pereira parece-me mais firme de argumentos do que o de Paulo Preto, já que admitiu que nas rodas sociais fosse assim chamado. A palavra Afro-descendente não foi inventada por Paulo Henrique Amorim e os meios de comunicação o usam a todo instante. Ainda nesta semana, a Escola de Samba de Vila Isabel desenvolveu um tema que falava sobre a África e ninguém se sentiu ofendido ao sair no carro alegórico, inclusive em destaque, representando um descendente de alguém de origem Africana. O “preto de alma branca”, usado por Amorim em relação a Eraldo, tem cunho racista sim, por alma não tem cor e as pessoas se destacam por aquilo que são independentes de suas etnias.
Vale lembrar que chamar alguém de “branco azedo” ou de “vela”, quando suas peles são muito claras, devem também sofrer observações e sanções.
Na verdade, no Brasil, quase todo mundo é verde e amarelo. Digo “quase todo mundo” porque só falo daqueles que tem amor pelo país e não daqueles que lhe causam vilipêndios.
Nota do Redator: Se tivesse Ordem e Progresso, nas cabeças das pessoas, viveríamos numa sociedade com mais igualdade e detalhes étnicos e religiosos não serviriam de parâmetros e todos seriam iguais, inclusive com relação às Leis, que só funcionam para alguns privilegiados ou famosos, como no caso.
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