quarta-feira, 18 de abril de 2012

SAÚDE: ATOR SOFRE DE SINDROME NEUROLÓGICA.




A notícia publicada nesta terça-feira, em diversos sites, deixou triste amigos e fás do excelente ator Guilherme Karan. Desde seu último trabalho na televisão, onde atuou na novela América, em 2005, Karan vive isolado, na Barra da Tijuca, preso a uma cadeira de rodas, vítima de uma síndrome neurológica, conhecida como Machado-Joseph, herdada de sua mãe.
A Ilha de Flores, nos Açores, é o lugar de maior incidência da doença neurodegenerativa no mundo. A cada 140 pessoas, uma é portadora.
Segundo o pai, ele tem alternações de lucidez e perdeu o gosto pela vida e as únicas “visitas” que ele recebe são dois enfermeiros e um fisioterapeuta. Até a autora Glória Perez, ele pediu que não o visitasse mais.
Seu Alfredo, pai do ator, acredita que os médicos podem encontrar um antídoto, possa possibilitar a cura.
Talvez o relato abaixo dos pesquisadores da Universidade de Coimbra, sobre estudos desenvolvidos para a cura da doença, animem seu Alfredo.
 
"Os investigadores portugueses acreditam estar perto de um novo tratamento para a doença neurodegenerativa Machado-Joseph, identificada em Portugal nos anos 70. Luís Pereira de Almeida, coordenador do trabalho publicado na "Brain", explicou ao i que os estudos em modelos animais e tecidos de doentes sugerem uma fórmula de tratamento eficaz.

A doença de Machado-Joseph (DMJ) é hereditária e produz incapacidade motora. A incidência média é de três casos por 100 mil habitantes, mas nas Flores, Açores, há um por 140. A equipe descobriu que os doentes apresentam uma diminuição nos níveis da proteína beclina-1, vital para o mecanismo de limpeza da acumulação de proteínas e outras estruturas ao nível das células - o que é ainda mais debilitante no caso nos neurónios, por não passarem pelo processo de divisão. No caso dos doentes com DMJ, há acumulação de uma proteína específica, a ataxina-3, produzida em excesso e que acaba por lesar o cérebro. Numa experiência com ratinhos manipulados, a equipe percebeu que é possível recuperar a produção de beclina-1 e assim repor o mecanismo de limpeza, o que, se funcionar em seres humanos, pode vir a controlar os sintomas e evitar que a doença progrida. Os investigadores acreditam que a deficiência de beclina-1 e uma abordagem semelhante poderá também ser útil no tratamento de outras doenças neurodegenerativas, como Parkinson ou Alzheimer. Para já, e como a terapia genética ainda envolve riscos, a equipa está a tentar perceber se seria possível controlar a beclina-1 com novos fármacos ou mesmo outros que já existam no mercado".

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