sexta-feira, 23 de novembro de 2012

FOI POR QUE QUIZ? EXPRESSÃO DE DILMA NA POSSE DE BARBOSA É ALVO DE COMENTÁRIOS.



Lamentavelmente alguns órgãos de televisão, no afã de apresentarem suas atrações muitas vezes de gostos duvidosos, mas que lhes rendem grande faturamento com o patrocínio, truncam notícias importantes, como a posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal, mas, mesmo assim, quem assistiu partes dos discursos, pode reparar a expressão de desconforto da presidente Dilma Rousseff, que parecia dizer “me tirem daqui”.
 
O momento, apesar de solene, reverenciava o implacável “carrasco” dos réus pertencentes ao Partido Trabalhista, envolvidos no esquema do mensalão. Durante as exaltações aos feitos de Barbosa, por diversos colegas, era impossível que Dilma não se lembrasse de seus ex-colaboradores, como por exemplo, José Dirceu e seus asseclas.
A fala de Barbosa dizendo que “a justiça não dá tratamento igual a todos que a procuram” foi o ápice do desconforto, já que o PT defende veementemente os seus membros condenados, dizendo que foram “julgados politicamente”, apesar de terem roubado milhões, enquanto chefes de famílias estão jogados à própria sorte no regime carcerário, julgado medieval pelo ministro da Justiça, por terem furtado um quilo que batata.
Na manhã desta sexta-feira (23), o jornalista Ricardo Eugênio Boechat, em seu programa matinal transmitido pela Band News, enfatizou que apesar do marco de Joaquim Barbosa ter se tornado o primeiro presidente negro do Supremo, há que se exaltar os valores familiares que levaram o “Dito”, como é chamado pela sua mãe Benedita, que, aliás, ofuscou muita gente com a sua presença na solenidade, já que ele e seus irmãos não se deixaram levar pelas dificuldades e mantiveram-se firme, sob os olhares da lavadeira de roupa que hoje se orgulha de todos os filhos.
O desconforto notado por todos não se deve apenas a presidenta, mas, a todos aqueles que tripudiam sobre os menos abastados.
Boechat frisou em seus comentários que o Brasil sinaliza firmemente da existência do preconceito e as estatísticas estão presentes na baixa renda, nas favelas, na população carcerária, nas universidades, enfim, em muitos seguimentos da sociedade onde o negro não tem alcance.
Enquanto por aqui muitos torcem o nariz, a imprensa internacional destacou o feito de Barbosa.  O jornal argentino “La Nación” ressalta a “incrível história de superação”. E destaca: “Sua história de superação pessoal e de seu protagonismo no chamado ‘julgamento do século’ o transformou nos últimos meses em um tipo de ídolo justiceiro da sociedade (...). A cerimônia de sua ascensão à presidência do Supremo Tribunal Federal foi seguida com lágrimas por muitos no país, onde 51% da população é de cor negra”, diz o texto da reportagem, citando ainda o currículo de Joaquim Barbosa, que fala espanhol, inglês, francês e alemão, fez doutorado na Sorbonne, em Paris, lecionou nas universidades de Columbia e da Califórnia, e hoje, apesar dos problemas no quadril e nas costas, ainda toca piano e violino em seu tempo livre.
O matutino “El País” diz que a posse do relator do mensalão, reafirma o mérito do ministro, enquanto o americano “The Washington Post”, lembra que em um país da dimensão do Brasil, formado com a maioria da população africana, Joaquim Barbosa é o único a servir o Supremo Tribunal Federal.
O Blog é de opinião de que nada adiantam os discursos que pregam a igualdade social entre as etnias, se os responsáveis por oferecer esta oportunidade e lançam projetos que sevem apenas para segregar, ao invés de elevar.
Obrigado Joaquim Barbosa por fazer que pelo menos durante algum tempo, eles nos olhem com mais respeito. Façamos a nossa parte, independente de credo e raça, mostrando os nossos valores intrínsecos.

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